domingo, 10 de fevereiro de 2008

Diário dos Miudinhos de 10/ 02


Todo o desespero do primeiro dia passou!
Não sei se em alguma parte aqui dentro eu esteja me consolando para o fato de existir a possibilidade de perder um dos bebês, ou é mesmo a certeza de que posso fazer isso.

Os pequeninos já reconhecem minha voz, e até meu tossido desperta eles, rs. Converso com eles enquanto mamam, para se acostumarem a minha voz e quem sabe entenderem que não existe mais a mamãe.

Após a mamada, continuam chorando até pegarem no sono, num 'bolinho de gatos' onde um aquece o outro. Choram porque chamam ainda pela mãe.

Aprenderam a sugar a seringa e mamam bem! Estão bem gordinhos e já é possível perceber que a maioria será de pelos longos!

Passei a noite em claro, pesquisando na internet um meio de poder limpá- los direitinho: estavam ficando sujeira pura e fedidinhos!

A pele ainda é bem frágil, nasceram e foram jogados na rua! Não pode esfregar muito para limpar, mas também é perigoso deixar que fiquem com alguma sujeira: moscas e infecções estão ativas ao redor!

Só encontrei dicas que já havia tentado, imaginando que a fragilidade dos filhotinhso seria igual a de bebês humanos: água morna, fralda macia úmida, limpeza no ânus e na barriguinha para estimular a defecação. Mas 8 gatinhos na mesma caixa não era apenas essas áreas que precisavam de limpeza!

Dormi perto do amanhecer do dia, depois de dar o leitinho deles.

Por sorte, ou inspiração Divina mesmo, minha irmã que todos os dias pede notícias dos pequeninos trouxe pra eles Lenços Umedecidos usados em bebês, imaginando que já que não faz mal para filhotes de humanos, não deve fazer mal para outros filhotes.

O resultado foi maravilhoso: Ficaram bem mais limpinhos e cheirosinhos, encheram a barriguinha e dormiram como anjos!

Mais um obstáculo ultrapassado!
\o/

Hoje, um vizinho ofereceu jornais que foram bem vindos e a toda mamada, o jornal e os paninhos são trocados! Após a mamada são limpos e colocados ao lado do bichinho de pelúcia(mãe pustiça) para dormir!

Não dão nenhum trabalho e serão gatos muito bonzinhos.

Ainda espero que algum abrigo os receba, mas já não tenho nenhuma esperança.
Estou recebendo essa situação como lição, já que nunca tinha vivido algo assim! Enquanto estão aqui, estou cuidando para que um dia eles possam ter um lar.

Não estou mais sozinha: tenho meu marido, meus filhos, minha mãe, minha irmã e a vizinha que os encontrou para ajudar!

Se aqueles que são profissionalmente ou éticamente mais experiêntes ou preparados para fazer esse trabalho não puderem recebe- los, farei do meu modo e dentro de minhas condições.
Infelizmente, todos estão lotados e precisando de recursos, porque os maltratos e abandono estão desenfreados!

Esses bebês me inspiram a iniciar algo que eu já deveria ter feito a muito tempo!

O que importa é que estão vivos e saudáveis, protegidos e guardados.
Um dia terão um final feliz!

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